Crediário no cartão: nasce mais uma modalidade de crédito

Por Daniel Miranda

O mercado de crédito pessoal no Brasil somou R$ 528 bilhões cedidos em 2017, de acordo com o Banco Central. Os principais motivos para as solicitações de empréstimos são a abertura de novos negócios, pagamento de dívidas, custeio de tratamentos de saúde ou viagens.

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Independentemente do que motiva o pedido de empréstimo, a jornada por crédito é tradicionalmente conhecida como dura e complicada no Brasil. Além de toda burocracia, o requerente precisa passar por uma série de aprovações e avaliações por parte da instituição financeira.

Pelo menos era assim que funcionava. Com o cartão de crédito, tudo foi melhorando. O brasileiro passou a ter acesso a crédito na palma da mão – pelo menos essa é a sensação que ele nos dava.

Com o desenvolvimento desse mercado, os meios de pagamento passaram a ser protagonistas do dia a dia do brasileiro, com novas maquininhas, discussões sobre verticalização do setor, entre outros temas. No fim, para o consumidor, não mudou muito: apenas ficou mais difícil entender como funciona isso tudo.

A mais nova modalidade de crédito pessoal nos holofotes é o Crediário no Cartão de Crédito. Há poucos dias, falava-se muito do cartão consignado. Mas, como esse tema é restrito, a Febraban e a Abecs resolveram chamar a atenção para o Crediário no Cartão.

O que é o crediário no cartão?

É uma nova modalidade de crédito na qual o banco emissor atribui um limite de crédito para o dono do cartão usar em estabelecimentos que aceitem o pagamento via crediário no cartão. É uma nova opção – nestes estabelecimentos o consumidor poderá pagar no débito, crédito e no crediário.

O estabelecimento comercial recebe em até 5 dias e o cliente paga parcelado para o banco emissor na fatura do cartão, mediante cobrança de juros.

É bom ou ruim?

Essa pergunta é controversa. Pouco se sabe, a fundo, sobre essa modalidade e os efeitos que ela pode ter na economia e na sociedade.

Espera-se que ela estimule o consumo e faça com que as taxas de juros caiam (circulam por aí que as taxas de juros serão entre 1% ao mês até taxas próximas às do crédito consignado).

Por outro lado, alguns especialistas em finanças pessoais dizem que o brasileiro vai se endividar ainda mais, pois o crediário no cartão será mais uma fonte de fácil acesso a crédito.

A verdade é que a Abecs revelou em seu balanço do primeiro semestre de 2018 que iria homologar essa modalidade até o fim do ano, com projetos pilotos em máquinas da Cielo, Rede e Getnet. Ainda não se sabe muito mais do que isso.

Há muita especulação e fumaça, mas o ideal seria ter acesso aos resultados desse piloto e ver quais foram os impactos econômicos – realmente aumentou o consumo? Melhorou o endividamento das pessoas?  E, claro, as consequências sociais – as pessoas que fizeram uso do crediário conseguiram cumprir com suas obrigações? Ficaram negativadas?

O IQ 360 está trabalhando no desenvolvimento de cartilhas, artigos e ferramentas para ajudar o brasileiro a resolver suas dores de cabeça quando tem de tomar suas decisões financeiras mais importantes. Nossa preocupação é mostrar qual é a melhor maneira de seguir com uma compra, se à vista, parcelada, no cartão, crediário ou tomando empréstimo.

Nosso compromisso é pesquisar e conversar com especialistas e com os agentes envolvidos nessa iniciativa, para trazer fatos e informação que realmente importam. Mas, principalmente, que ajudem!

Nos acompanhe de perto que vem muita coisa por aí!

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*Daniel Corrêa de Miranda é líder da prática de crédito no IQ

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