Risco de Crédito: o que é, para que serve e qual a sua importância
Análise do risco envolvido é fundamental para uma empresa decidir se empresta ou não dinheiro a um cliente.
Quando uma compra é paga em dinheiro vivo ou no cartão de débito, a transação é muito simples: a quantia passa imediatamente da mão ou da conta de uma pessoa para o bolso ou para a conta de outra.
Quando a compra envolve crédito, a história é diferente: uma das partes (o credor) precisa, literalmente, crer que a outra parte (o cliente) irá cumprir com sua palavra.
O próprio dicionário define a palavra “crédito” como sinônimo de “bom nome, boa reputação e confiabilidade”, ou “segurança de que alguém é capaz”. Então, em qualquer transação financeira, risco de crédito é a chance que existe de um cliente não quitar o que deve.
Para as empresas e instituições financeiras que realizam empréstimos, analisar o risco de crédito de cada um de seus clientes é parte fundamental da rotina operacional.
Isso é feito por meio de uma avaliação dos dados financeiros e da situação socioeconômica do indivíduo ou da empresa, mensurando qual é a probabilidade dele ou da instituição solicitante não pagarem o que é devido. Se a empresa credora chegar à conclusão de que o risco de inadimplência é muito elevado, o empréstimo pode ser negado.
Qual o impacto do risco de crédito na tomada de empréstimos
Para as empresas do setor financeiro, o impacto da análise do risco de crédito de um determinado cliente sobre a decisão de lhe ceder ou não um empréstimo é gigantesco.
É primordialmente com base nessa verificação que a instituição decidirá se concede, ou não, o crédito. Existe inclusive uma metodologia de análise para o risco de crédito, muito difundida entre as empresas, cujos tópicos norteadores elas aplicam sobre as características de seus clientes: os 5 Cs do Crédito.
1. Capital – mede o patrimônio líquido do indivíduo ou empresa, sua rentabilidade e seu nível de endividamento.
2. Caráter – analisa o histórico das transações financeiras do cliente e sua reputação – inclusive se pagou em dia empréstimos anteriores.
3. Capacidade – avalia se o cliente terá condições de cumprir com suas obrigações após o empréstimo – mesmo que tenha que recorrer a alternativas.
4. Condições – mensura o potencial do indivíduo ou da empresa com base em uma série de aspectos, como a situação financeira atual do cliente, as perspectivas do mercado e o contexto econômico.
5. Colateral – são as garantias que o cliente tem a oferecer em troca do empréstimo caso não consiga pagar em dinheiro: imóveis, equipamentos, contas a receber etc.
Classificação do Risco de Crédito
Uma vez que a análise é concluída, o risco de crédito do cliente costuma ser categorizado em duas classes.
Riscos de primeira classe – ocorre quando o empréstimo tem grandes chances de não ser quitado e o cliente costuma ser obrigado a dar mais garantias pela cessão do crédito.
Riscos de segunda classe – quando a empresa classifica o empréstimo como de menor risco, e exige menos garantias e a forma de quitação pode ser revista.
Risco de crédito: Como analisar e o que fazer para reduzi-lo
A análise do risco de crédito não é uma estratégia útil somente para o lado das empresas que cedem o empréstimo: também é uma ótima forma de promover uma autoavaliação e constatar sua própria condição como solicitante de crédito.
Observe os 5 Cs do Crédito descritos acima, compare com seu estado financeiro corrente e responda algumas perguntas sobre si mesmo ou sobre sua empresa:
– Você ou sua empresa possuem patrimônio líquido satisfatório?
– Tem histórico de bom pagador?
– Possui algumas garantias a oferecer?
– Consegue comprovar que a razão do empréstimo é efetivamente promissora?
– Detém condições de arcar com o compromisso?
Respostas positivas a todas essas questões indicam que seu risco de crédito será avaliado como baixo e que você provavelmente conseguirá o empréstimo solicitado.
Quando um cliente solicita a uma instituição um empréstimo pessoal de, digamos, R$ 5 mil, ou um financiamento de R$ 10 mil pra adquirir equipamentos para seu empreendimento, a empresa não pode correr o risco de ceder o recurso com base na confiança ou somente no bom histórico do solicitante.
O risco de inadimplência é grande e requerer a dívida é um procedimento muito delicado – ninguém gosta de ser cobrado.
Ao invés disso, as empresas fazem o possível para reduzir o risco de crédito adotando precauções como as descritas abaixo:
– Análise rigorosa dos 5Cs do Crédito.
– Comunicação simples e transparente com os clientes.
– Colaboradores capacitados para identificar os riscos do empréstimo.
– Empréstimos alinhados com o momento e com as características do mercado.
– Visitas pessoais às empresas que solicitam empréstimo.
– Exigência de garantias.
– Imposição de algum tempo de relacionamento com a instituição.
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