Empreendedora aposta em cerâmica e afetividade no combate à pandemia

Por Redação Azulis

A loja Angá com o objetivo de trazer o verde para pequenos espaços acompanhado da sua arte, vasos de cerâmica com grandes significados

Estar em contato com a natureza faz bem à saúde e não é mito: um estudo publicado na revista Nature, em 2016, afirma que espaços com natureza podem prevenir cerca de 7% de casos de depressão e 9% de hipertensão arterial. O fato, que há alguns meses teria mais cara de curiosidade, toma uma proporção importante em tempos de quarentena, afinal, quem não tem nenhum verdinho em casa pode estar sentindo muita falta (e com motivo).

Mas onde tem problema, tem solução. E quem traz a solução para essa questão é a Simone dos Anjos, 46 anos, artista e empreendedora que fundou a loja Angá com o objetivo de trazer o verde para pequenos espaços acompanhado da sua arte, vasos de cerâmica com grandes significados.

Do grande ao pequeno

Criada em meio às artes, Simone começou a carreira como muralista, mas apesar da paixão pelo trabalho, se deparou com revezes ao longo de sua jornada. “É uma arte grande, com custo alto e que necessita de uma parede, algo maior para ser realizado e eu por muitas vezes fiquei sem um produto comercial mais vendável para viver da arte”, afirma.

A opção de uma arte mais comercial veio no pequeno: depois de fazer um curso de cerâmica, Simone fez seu primeiro vaso coração. Postou uma foto dele sem pretensão, mas quando sentiu o interesse do público, percebeu que ali existia uma oportunidade.

Angá: afetividade em cerâmica

“A Angá surgiu por causa dessa primeira peça, o vaso coração, eu tenho adoração pelo coração humano anatômico, o grande órgão da vida, o símbolo do amor. […] À partir daí decidi criar uma linha de vasos conceito para pequenos espaços internos, assim eu levaria verde para esses pequenos espaços e também a minha arte”, conta Simone.

Esses conceitos também estão presentes no nome da marca. A artista queria encontrar um nome ligado a natureza, emoções e que fosse brasileiro. O resultado foi o nome Angá, que em tupi guarani significa afetividade. Com o nome e a linha de vasos (em formatos de coração, cérebro e útero, todos feitos à mão), a marca começou a rodar oficialmente.

Desde então, Simone é a principal e única responsável por tudo: criação, moldagem, pintura e distribuição das peças, assim como responde mensagens de clientes e cuida das redes sociais. As maiores vitrines do seu negócio são as redes sociais, como Instagram, e eventos como feirinhas de artesanato, mas com a pandemia o negócio teve que se adaptar.

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Quarentena e futuro

Uma das alternativas que a empreendedora achou para divulgar mais o negócio foi inscrever o negócio no Salve os Pequenos, iniciativa da Azulis e tem como objetivo conectar pequenos empreendedores que estão realizando a entrega de seus produtos a consumidores que precisam deles durante a quarentena.

Por enquanto, a empreendedora foca em investir em outras coleções que respeitem o mesmo tripé da marca (arte, emoção e vida verde urbana), investir mais forte nas redes sociais e até comprar um forno para a queima de cerâmica, única parte do processo que terceiriza hoje em dia. Mas, de resto, não se pode dizer que os negócios estão indo mal.

“Apesar da quarentena barrar planos já traçados, não impediu que eu continuasse a produzir. As peças que foram produzidas no começo do ano para feiras de aconteceriam em março, abril e maio, já praticamente se esgotaram”, revela. Uma das apostas da empreendedora é que a pandemia obrigou todos a olharem mais para suas casas como lar e pararem para decorar e cuidar desse ambiente. Segundo ela, é aqui que a Angá entra: “A Angá é um coração verde batendo dentro dessas novas casas.”