Como calcular o Lucro Real: passo a passo com exemplo prático
Quer aprender como calcular o Lucro Real e se esse é o melhor regime para sua empresa? Então você chegou ao post certo.
Se você é ou pretende ser empreendedor e está em busca do melhor regime tributário para a sua empresa, vamos mostrar neste artigo como calcular o Lucro Real.
No Brasil há três tipos de regime tributário para empresas: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional.
O Lucro Real é o regime mais completo – e também o que mais vai exigir da sua contabilidade. É calculado sobre o lucro líquido efetivamente auferido em determinado período, evitando o pagamento indevido de impostos – para mais ou para menos.
Quais são as vantagens e desvantagens deste regime de tributação? Quais empresas se enquadram? Como saber se é ou não vantajoso? Trataremos dessas e de outras questões a seguir.
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O que é Lucro Real?
Lucro Real é um modelo de tributação pelo qual o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) são calculados sobre o lucro líquido das empresas.
Portanto, quanto maior o lucro, maiores os tributos. Por outro lado, se a empresa registrar prejuízo, ficará isenta dos pagamentos à Receita Federal.
Por isso, o Lucro Real é considerado um modelo mais justo de recolhimento de impostos, o que não significa que outros regimes, como o Lucro Presumido, sejam descartados.
A escolha vai depender da situação de cada empresa. Empresários que optam pelo Lucro Real também precisam ter uma contabilidade eficiente e detalhada.
Do contrário, não conseguirão prestar contas periodicamente à Receita Federal de dados específicos do sistema contábil e financeiro, o que pode resultar em multas e muita dor de cabeça.
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Como calcular o Lucro Real?
Aprender como calcular o Lucro Real não é difícil, mas exige muito cuidado e atenção aos detalhes.
Para descobrir os valores a serem pagos de IRPJ e CSLL, é preciso antes descobrir qual foi o lucro da empresa, como detalhado na Demonstração de Resultado de Exercício (DRE). Apurado o lucro, é só calcular os tributos.
Exemplo de cálculo do Lucro Real
Confira abaixo em detalhes um cenário hipotético que vai ilustrar bem o cálculo do Lucro Real:
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)
A cobrança é de 15% se a empresa lucrar até R$ 20 mil por mês. Caso o lucro seja maior que R$ 20 mil, há um Imposto de Renda Adicional de mais 10% sobre o excedente.Vamos a um exemplo:
Para uma empresa que teve R$ 30.000,00 de lucro líquido no mês, a cobrança do IRPJ será a seguinte:
- 15% sobre R$ 30.000 = R$ 4.500
- 10% sobre o lucro adicional (R$ 10.000) = R$ 1.000
- Total de IRPJ a ser pago: R$ 4.500 + R$ 1.000 = R$ 5.500
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
Geralmente, a alíquota de cobrança da CSLL é de 9%. Para empresas do setor financeiro, seguros privados ou capitalização, o tributo pode chegar a 15%.
A fórmula é simples:
- CSLL = Lucro Líquido Mensal x 9%
Lembremos, então, a empresa que teve lucro líquido de R$ 30.000,00 no mês. Nesse caso, ela deve pagar R$ 2.700,00 de CSLL caso a alíquota seja mesmo de 9%.
É bom deixar claro que esse é apenas um exemplo e que um dos maiores aliados da sua empresa é o contador, que vai resolver facilmente o cálculo do Lucro Real e ainda ajudar com dúvidas financeiras, fiscais e tributárias.
Quais empresas podem se enquadrar no Lucro Real?
Qualquer empresa no Brasil pode optar pelo Lucro Real como regime de recolhimento de impostos.
Algumas delas, entretanto, não têm outra opção. É o caso das empresas que faturam acima de R$ 78 milhões por ano e de alguns setores específicos, tais como:
- Bancos comerciais, de investimento, de desenvolvimento, cooperativas de crédito, corretoras de valores, empresas de seguros e outras organizações que atuam no mercado financeiro
- Empresas que tiveram ganhos de capital, lucros ou rendimentos no exterior
- Que usufruem de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução de impostos
- Que prestam serviços de assessoria creditícia, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, mercadológica etc.
- Que atuam no setor de securitização de créditos financeiros, do agronegócio e imobiliário
Optar ou não pelo Lucro Real?
Agora você descobriu como calcular o Lucro Real com nossos exemplos e guia. Mas será que essa é a melhor escolha para a sua empresa?
A definição do melhor regime de tributação depende de uma série de fatores, como faturamento da empresa, margem de lucro e organização contábil.
Se, por exemplo, o seu negócio é de prestação de serviços e apresenta lucro abaixo de 32% (o percentual da alíquota do Lucro Presumido), o Lucro Real é uma boa opção.
Se a opção fosse pelo regime de cobrança presumida, os tributos seriam pagos sobre um lucro que não existiu.
É possível também uma mesma empresa adotar um ou outro regime caso haja variações significativas de margens de lucro de um ano para outro.
O Lucro Real seria aplicado aos períodos de baixo rendimento ou de prejuízos – menos impostos ou isenção. E o Lucro Presumido seria mais vantajoso nos períodos de alta rentabilidade (acima das alíquotas prefixadas), permitindo à empresa pagar menos imposto sem ferir a legislação.
No caso do Lucro Real, há ainda outras vantagens, como a possibilidade de compensar prejuízos fiscais, aproveitar créditos do PIS/COFINS ou apurar o lucro em diferentes períodos, como trimestralmente ou anualmente.
De qualquer forma, vale a pena ressaltar, mais uma vez, o papel estratégico que o contador pode ter na sua empresa. Esse é o tipo de questão que ele tira de letra, mas talvez você se surpreenda com a quantidade de conhecimento financeiro e tributário que você pode acessar com apenas uma ligação e um estreitamento de relacionamento com esse profissional.
Tirou suas dúvidas e entendeu melhor como calcular o Lucro Real? Acesse o site da Azulis para mais informações sobre o assunto.