Para superar depressão, homem que trabalhava como vigilante vira manicure

Por Maria Teresa Lazarini

Robson Barbosa, 42, encontrou no trabalho manual de manicure uma maneira de superar a depressão. Hoje ele trabalha no salão da esposa, Vanessa, na Zona Sul de Curitiba

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Quatro anos atrás, o ex-vigilante Robson Barbosa, que hoje tem 42 anos, se via como parte de uma desanimadora estatística. Assim como 5,8% da população nacional, o curitibano tinha depressão, um transtorno marcado por sintomas como tristeza, perda de energia e desânimo. O quadro começou quando ele presenciou um assalto em seu horário de trabalho. Após o ocorrido, crises de pânico não deixavam Robson em paz, levando-o a tomar cerca de sete remédios por dia numa tentativa de ficar melhor. Mas a cura de Robson não veio só com os remédios. Desafiando padrões e gerando espanto nos amigos, ele seguiu conselhos de especialistas e buscou uma atividade manual para ajudar na depressão. A escolha foi fazer unhas.

Hoje Robson trabalha no salão Império das Manicures, que é administrado por sua esposa Vanessa Maceno, na Zona Sul de Curitiba, Paraná. Conhecido como “o manicuro” ou “o marido”, Robson faz sucesso entre as clientes e é famoso por fazer um acabamento de unhas como ninguém.

“Eu prefiro o trabalho de agora, porque eu não preciso passar frio, tomar banho de chuva, ficar exposto. Aqui eu levanto a hora que quero, faço meu serviço sem pressa. Não tem ninguém pegando no meu pé para fazer as coisas bem-feitas, porque eu já faço”, conta Robson em entrevista à Azulis.

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De vigilante a manicuro

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Fonte: Arquivo pessoal

Após Robson ser demitido do emprego como vigilante, ficou ainda mais deprimido e tentou suicídio duas vezes. Desempregado, o curitibano passava os dias solitário em casa, apenas na companhia de diversos remédios que o deixavam em um estado “chapado”, como afirma.

Para não deixar o marido sozinho, Vanessa começou a levá-lo ao salão que coordenava. Aos poucos, Robson começou a fazer alguns serviços como manicure. “Tirando o esmalte de uma, lixando a unha de outra”, o curitibano tomou gosto pela coisa. Além de estar seguindo o conselho da psicóloga, que recomendou trabalhos manuais, Robson via no ofício de manicure uma maneira de ocupar sua mente.  

Hoje, a estrela do Império das Manicures é Robson, um dos profissionais preferidos da clientela. Com o tempo, ele ganhou destaque em jornais online e programas de televisão e começou a receber clientes de outras regiões que atravessam a cidade só para conhecer seu serviço.

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Manicure também é coisa de homem

Saindo de uma profissão composta tradicionalmente por maioria masculina, Robson quebrou estereótipos e padrões e virou manicure, um trabalho geralmente escolhido por mulheres. A mudança não foi fácil para ele. Apesar de gostar de fazer unhas, o começo de sua carreira como manicure foi marcado por um certo constrangimento. Com medo da reação das pessoas, ele evitava falar do novo trabalho.

“No começo, alguns amigos brincavam e faziam piadinhas sem graça, mas hoje em dia não. Acho que duas ou três clientes fizeram piadas de mal gosto também, mas eu ignorei”, diz o manicuro.

Passados três anos que começou a nova profissão, ele quase não ouve mais piadas e tem orgulho da atividade que faz. Para Robson, a vergonha ficou no passado junto com sua depressão. Hoje em dia, ele assume para todos que seu trabalho é fazer unhas e reconhece o título de manicuro com gosto. É só acessar o perfil @manicuro_ no Instagram para ver com os próprios olhos.

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